O que eu quero saber

Por Nereu Leme 23/09/2019
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Comunicação é a alavanca que impulsiona a evolução da humanidade. Aquela história de que informação reduz incertezas ou quem tem a informação tem poder. Desde, é claro, que seja a informação correta ou pelo menos a informação compreensível.

Eu quero saber o que ainda não sei. Então, por favor, me deem a informação que eu quero e de forma que eu consiga entender.

Não adianta falar grego ou mandar símbolos, emojis, emoticons se o seu significado não pode ser entendido por todo mundo. Até porque, comunicação quer dizer tornar comum. Se complicar, como dizia o Velho Guerreiro Chacrinha – eu vim para complicar, não para explicar -, não vira comunicação.

Se não entendeu, pode perguntar. O que não se deve é responder uma pergunta mal-entendida. Aí, surgem os equívocos, as brigas.

Por isso, é bom pensar bem antes de falar. Quer falar o quê? Qual sua mensagem? Defina o assunto e os pontos a serem abordados, como em uma apresentação para uma plateia corporativa.

No passado, se privilegiava a comunicação de mão única, ou o monólogo. Com as redes sociais, quem fala o que quer, pode escutar o que não quer, porque a resposta é imediata. Mão dupla ou diálogo. Alguns se referem também ao analógico versus o digital.

No analógico, jornal, revista, a notícia pode ser usada para embrulhar peixe no dia seguinte. Tem vida curta. No digital, a notícia fica guardada indefinidamente e pode ser encontrada e acessada a qualquer momento de qualquer lugar do mundo. Então, cuidado com o que você posta em sites, blogs e redes sociais. Uma posição radical, expressada no passado, pode comprometer seu sossego hoje ou no futuro.

Pense. Escolha as palavras, até para não ferir e magoar seu interlocutor. Hoje, já se fala em Comunicação Não Violenta (CNV) que é a técnica de poder falar as verdades, porém com respeito ao próximo, colocando-se no lugar do outro. Quase uma condição: o que quero saber e o que eu quero ouvir.

Posso ouvir a verdade? Posso. E críticas também, desde que sejam construtivas e não ofensivas, não violentas.

Nesse caminho, é preciso se fazer compreender. Aquela desculpa de que ninguém me entende, não cola mais. Entendimento com respeito mútuo é bom e eu gosto.

É claro que os jovens, descompromissados e rápidos no gatilho das redes sociais, atiram primeiro para depois fazer a mira. Em alguns casos, nem esperam pela resposta, ou não querem ver e talvez nem entendam o bumerangue que voltou e porque explodiu.

Na sequência, começam tudo de novo, com outro emoji ou um sarcástico kkk. Dá um tempo! Vou tomar um café e já volto.